Há espaço para o amor na dependência química?
“Descobri um paradoxo: se você amar até doer, não vai haver mais dor, apenas mais amor” (Santa Teresa de Calcutá)
A palavra Amor está cada dia mais banalizada. É usada para denominar qualquer relacionamento! E muitos não se dão conta que amar é renunciar! Santa Teresa de Calcutá disse: “Ame até que doa. Se dói é um bom sinal” e “Encontrei um paradoxo, que se você amar até doer, não poderá haver mais dor, somente amor”.
E quantas vezes denominamos o amor como um sentimento acomodado! Santa Teresa de Calcutá nos ensina esse amor que incomoda, que faz o outro ser diferente. Ela nos diz: “Não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz”. Isso é amar, querer o bem. É ter um sorriso mesmo quando não se tem motivo, é acolher até mesmo quando você não é bem acolhido, é amar até mesmo quando não se é amado, é perdoar até mesmo quando não merece.
Independentemente de sua definição, alcoolistas e dependentes químicos são capazes de amar e muitas vezes manifestam sentimento de culpa recorrente por terem decepcionado e traído a confiança dos seus amados. Mentem e manipulam e, por isso, sentem medo de que os outros desistam deles. Não é fácil lidar com promessas repetidamente quebradas, olhares de decepção, outros de raiva… “Não acredito que você usou de novo”… “Não é possível que você pensou em esconder isso de mim”… “Não minta para mim”…
Com frequência, negam qualquer sentimento de amor pelos outros para não frustrarem nem os outros e nem a si mesmo. Na cabeça de um dependente, é melhor não criar expectativas, nem consigo e nem com os outros.
É muito comum encontrar estas pessoas em consultório não sabendo nomear o que sentem por seus cônjuges, namorados, namoradas, mãe, pai, irmãos, parentes… A dependência confunde o amor, gera culpa e essa culpa é transmutada, disfarçada ou racionalizada.
É bem verdade que não se consegue escapar do resgate do amor ao longo do tratamento. No fundo, a saída parece ser sempre a recuperação do amor, no sentido mais genérico do termo. O amor próprio, o amor pela vida, o romântico, o fraternal, o parental, o amor pelo cotidiano, pelo trabalho, pelo lar e porque não por Deus, em todos os sentidos que essa palavra possa assumir, seja para os religiosos ou espiritualistas.
Em casos de dependência química, o Amor é parte fundamental do tratamento!
Pensando nisso, a rotina da Clínica Jequitibá foi planejada em detalhes para promover o bem-estar e a saúde dos hóspedes. Garantir o cuidado é preparar, com amor, cada momento e facilitar a convivência familiar.
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