Um dependente químico é uma pessoa que sofre de fenômenos fisiológicos, comportamentais e cognitivos que são evidenciados após a utilização de algum composto de origem química. Essas alterações na conduta se dão pelo efeito psicoativo dessas substâncias.
Por modificar a forma de como o indivíduo se relaciona, a dependência química pode acarretar diversas dificuldades na vida social do dependente. Essas pessoas são muitas vezes taxadas como indisciplinadas e é muito comum virarem estatísticas como casos policiais.
A população sem informação é a grande causa de uma abordagem sem eficiência quando o assunto é a dependência química. Nesse contexto, é essencial se informar sobre esse problema e as alternativas para o tratamento.
A dependência química se relaciona a três fatores: o uso, o abuso e a dependência. O uso está ligado à utilização ou à experimentação de um composto que pode ser de forma esporádica ou frequente. O abuso já se relaciona à forma de consumir que acarreta prejuízos físicos e psicológicos ao usuário.
Por sua vez, a dependência química, o último estágio de utilização, é caracterizada pelo consumo sem controle e desenfreado. Mais prejudicial que o abuso, a dependência é ainda mais perigosa, pois o indivíduo perde a noção dos malefícios simplesmente por causa de um prazer momentâneo durante o uso.
As causas que levam à dependência química são diversas. A frequência de uso, a quantidade e até mesmo a predisposição genética podem estar associadas. Além disso, a condição de saúde e o ambiente em que a pessoa está inserida também podem influenciar na utilização dessas substâncias.
Um dos maiores problemas enfrentado pelo dependente químico é a aceitação da dependência. Muitos usuários acreditam que são capazes de parar com o vício assim que desejarem, apesar de terem a consciência de que o consumo desses compostos é altamente prejudicial.
Por esse motivo, a pessoa não procura por ajuda e prossegue na utilização exagerada desses químicos. Os sintomas de dependência podem variar de pessoa para pessoa, porém alguns deles são bastante comuns e fáceis de serem identificados.
1. Descuido pessoal
Comumente, os usuários se tornam negligentes com sua aparência, não dão muito valor ao trabalho ou à família. Além disso, também costumam fugir de seus compromissos e mentir sobre seu paradeiro. Cansaço e preguiça também são sentimentos que afligem os dependentes, afetando inclusive seu desenvolvimento profissional e acadêmico.
2. Problemas financeiros
Para adquirir a droga, o usuário passará a investir o seu dinheiro cada vez mais. Conforme o vício avança, alguns indivíduos podem ter problemas para quitar suas dívidas e é habitual que em alguns casos ele realize furtos até mesmo na própria residência. Alguns, para sustentar o vício, costumam vender seus pertences e bens.
3. Alterações comportamentais
O usuário pode demonstrar uma série de mudanças em seu comportamento. A depressão é uma das características mais frequentes. O indivíduo só sente prazer no momento em que está utilizando alguma droga, nos outros períodos vive sintomas de medo e angústia sem nenhum motivo aparente.
Dependentes também costumam demonstrar desmotivação e frustração por não conseguirem alcançar suas metas de vida. Estão comumente agitados ao utilizar a substância e também quando não estão sob seu efeito, já que a ansiedade pelo uso também pode ser demonstrada por inquietação.
São impacientes e imediatistas e, por isso, desejam que todas as questões se resolvam rapidamente.
4. Mudanças no círculo de amigos e nas atividades desenvolvidas
Afastar-se de atividades rotineiras e das antigas amizades são outros sintomas que os dependentes demonstram. Em geral, tendem a priorizar novos amigos, também usuários de químicos.
5. Modificações constantes de humor
Algumas drogas possuem a capacidade de alterar o humor do indivíduo não só no dia do uso, mas também em dias posteriores. Esse é um dos sinais mais evidentes, já que são mudanças abruptas nas emoções do dependente.
6. Tornar-se dependente de outras drogas
Ao atingir o extremo, o usuário tende a buscar a sensação da droga em outros entorpecentes, quando a substância anteriormente utilizada não se encontra disponível. O uso de diversas drogas em conjunto a fim de suprir essa necessidade é muito comum. O risco de overdose não pode ser descartado e é um dos principais motivos de óbito em sujeitos usuários de drogas.
7. Padrões fixos de comportamento
Modificações na rotina também podem ser indícios para identificar um usuário dependente de drogas. Um dependente, geralmente, altera suas ações cotidianas e mantém um padrão novo rotineiro. Saindo com as mesmas pessoas, indo aos mesmos locais e no mesmo horário.
8. Abstinência
A abstinência é o principal sintoma da falta da substância no organismo. Essas alterações podem ser percebidas através de distúrbios no comportamento, modificações fisiológicas e cognitivas. Em geral, os sintomas psíquicos são os iniciais e posteriormente a crise pode ser percebida fisicamente.
Náuseas, vômitos, sudorese excessiva e tremores são características externas que podem ser notadas.
Ao identificar essas ocorrências em alguém próximo, é importante tomar algumas medidas. Conversar é um dos primeiros passos, oferecendo ajuda e apoio emocional. É essencial que o indivíduo sinta segurança na pessoa que o ajudará.
Se você precisa de auxílio para lidar com essas pessoas, confira o nosso Guia de Como Lidar com Dependentes Químicos agora mesmo. Outro fator primordial é pesquisar por clínicas especializadas e que sejam sérias no tratamento de dependentes.
Em grandes cidades como São Paulo, pesquise por clínicas de reabilitação em SP ou clínicas para dependentes químicos em SP. A clínica Jequitibá em Atibaia é um exemplo de espaço especializado que atende dependentes com maior acolhimento e de forma humanizada.
Caso você se identifique com esses sintomas, procure ajuda de profissionais de saúde e pessoas de confiança que lhe auxiliem a vencer esse grande desafio.
A dependência química é uma doença que não tem cura, porém várias terapias têm demonstrado minimizar os sintomas e são capazes de realocar o sujeito socialmente. Procure auxílio profissional para você ou para quem precise.
É importante destacar que a eficácia do tratamento não está somente relacionada à eliminação do consumo, mas também à retomada do controle da própria vida, por parte do dependente químico.
Comentários
Excelente artigo!! Temos um filho de 28 anos que e usuário e dependente químico a mais de 10 anos!!! Já fizemos de tudo para o nosso filho pudesse ao menos ter uma vida ” normal” ( dentro dos padrões aceito da nossa sociedade), inclusive já foi internado em Clínica Psiquiátrica Especializada em usuários e dependentes químicos, ficando 3 meses sem contato algum com o mundo exterior ( com o próprio consentimento do nosso filho) Não adiantou nada!!!! Infelizmente!!