Os idosos formam o grupo que corre mais risco de desenvolver as complicações do novo coronavírus e que podem levar à morte. A orientação tem sido para que eles fiquem isolados e os jovens, especialmente as crianças, mantenham distância de pessoas com mais de 60 anos.
Estas restrições têm feito com que as famílias se preocupem mais com seus idosos e fiquem mais atentos às suas necessidades e, com isso, velhos e novos hábitos de consumo de álcool, tabaco e outras drogas, sobretudo de drogas prescritas, como analgésicos e benzodiazepínicos, pelos nossos queridos ficam mais evidenciados.
A idade na qual o idoso inicia o uso de álcool e outras drogas parece ter papel importante na forma como este uso evolui, sendo identificados na literatura dois diferentes grupos: os de início precoce, identificados como os que relatam dependência química desde a juventude e em alguns casos desde a infância; e os que iniciaram tardiamente que, em geral, incluem aqueles que relatam ter introduzido drogas ilícitas, ou não, na velhice, por vezes logo após a aposentadoria, sendo o uso em alguns casos acentuado pela viuvez e a falta de respaldo familiar ou social, fatos que são apontados como fatores associados ao uso de drogas.
Para uma parte das pessoas, a substância fez parte do cotidiano familiar, incitado pelos pais ou outros familiares, como é o caso do álcool, por exemplo. E no contexto social vêm sendo associadas a fatores como a exclusão social, baixo nível de escolaridade, aposentadoria, violência física e psicológica por familiares e demais, rupturas familiares, morte de pessoas próximas ao idoso ou outras perdas significativas, sentimento de abandono, dificuldades nos relacionamentos sociais e afetivos, debilidades físicas e psicológicas, enfermidades, abuso de medicamentos, atitudes preconceituosas e discriminatórias.
A aposentadoria é citada como um fator de risco, por ser um período em que o idoso vivencia mais acentuadamente a perda de papéis sociais, as restrições financeiras, a perda de amigos, o sentimento de diminuição da autofuncionalidade.
Muitas vezes os sintomas do abuso podem ser semelhantes aos sintomas de doenças clínicas comuns nessa fase da vida, como hipertensão arterial, transtornos cognitivos e depressão; a descrença de um tratamento eficiente entre os idosos; ao fato de que a própria subidentificação e a prevalência subestimada levariam aos profissionais de saúde a acreditar que este é um problema infrequente acima dos 60 anos; muitos dos idosos e suas famílias têm preconceito em relação aos transtornos mentais, tendendo a negá-los; os critérios dos manuais diagnósticos para abuso e dependência, muitas vezes, não são adequados para aplicação nesse público; os idosos são mais propensos a esconder o seu uso/abuso de substâncias, em especial pelo fato de viverem sozinhos e tendem a terem menos problemas em público por conta de seu abuso.
Outra interpretação errônea muito comum se refere ao fato de que os familiares da pessoa idosa podem ter uma distorção inconsciente em relação ao envelhecimento e entender que ‘beber não faz diferença, pois ele não vai muito longe mesmo’ ou ‘é a única coisa que o faz feliz’.
Outros pensam que idosos que abusam de álcool ou de benzodiazepínicos não terão sucesso no tratamento, e assumem que tentar inibi-los seria um desperdício de recursos.
Muitos, principalmente as mulheres, bebem sozinhos, em casa. Todos estes fatores retardam a identificação, e consequentemente, a busca de ajuda.
Mas é importante saber que a recuperação é possível em qualquer idade e a Clínica Jequitibá está preparada para ajudar, abordando o vício e as condições coocorrentes comumente vistas em adultos mais velhos.
Durante o tratamento, nossos especialistas multidisciplinares em dependências reavaliam e ajustam continuamente os planos de assistência, ajudando os pacientes a construir redes de apoio social, ganhar autoconsciência, superar emoções difíceis como tristeza e depressão e restaurar seu senso de significado e propósito.
A programação diária é elaborada para aderir ao ritmo de cada paciente, com a inclusão de atividades que levam em consideração a mobilidade e possíveis condições de saúde mental que ocorrem simultaneamente, como depressão, ansiedade e trauma.
Não deixe seu ente querido desassistido durante este período tão difícil de distanciamento social. Agende uma visita e saiba como podemos ajudar.
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