O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável em todo o mundo. A OMS estima que 40% da população mundial adulta, isto é, 2,8 bilhões de pessoas (entre as quais 200 milhões de mulheres), sejam fumantes.
Pesquisas comprovam que aproximadamente 47% de toda a população masculina e 12% da população feminina no mundo fumam.
Enquanto nos países em desenvolvimento os fumantes constituem 48% da população masculina e 7% da população feminina, nos países desenvolvidos a participação das mulheres mais do que triplica: 42% dos homens e 24% das mulheres têm o comportamento de fumar.
O total de mortes devido ao uso do tabaco atingiu a cifra de 4,9 milhões de mortes anuais, o que corresponde a mais de 10 mil mortes por dia.
Caso as atuais tendências de expansão do seu consumo sejam mantidas, esses números aumentarão para 10 milhões de mortes anuais por volta do ano 2030, sendo metade delas em indivíduos em idade produtiva (entre 35 e 69 anos) (WHO, 2003).
O que causa a dependência do cigarro?
A nicotina, que é encontrada em todos os derivados do tabaco (cigarro, charuto, cachimbo, cigarro de palha, narguilé, entre outros) é a droga que causa dependência. Essa substância é psicoativa, isto é, produz a sensação de prazer, o que pode induzir ao abuso e à dependência.
A dependência à nicotina é incluída na Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial de Saúde – (CID).
Ao ser inalada produz alterações no Sistema Nervoso Central, modificando assim o estado emocional e comportamental dos indivíduos, da mesma forma como ocorre com a cocaína, heroína e álcool.
Depois que a nicotina atinge o cérebro, libera várias substâncias (neurotransmissores) que são responsáveis por estimular a sensação de prazer explicando-se assim as boas sensações que o fumante tem ao fumar.
Com a inalação contínua da nicotina, o cérebro se adapta e passa a precisar de doses cada vez maiores para manter o mesmo nível de satisfação que tinha no início. Esse efeito é chamado de tolerância à droga.
Com o passar do tempo, o fumante passa a ter necessidade de consumir cada vez mais cigarros. Com a dependência, cresce também o risco de se contrair doenças crônicas não transmissíveis, que podem levar à invalidez e à morte.
Além da dependência física causada pela nicotina ainda temos a dependência comportamental que se caracteriza pela rotina associada ao uso do tabaco criada pelo fumante.
Como o cigarro age quimicamente no organismo?
A fumaça do cigarro é inalada para os pulmões, distribuindo-se para o sistema circulatório fazendo com que a nicotina chegue de sete a 19 segundos ao cérebro. Além disso, o fluxo sanguíneo capilar pulmonar é rápido, e todo o volume de sangue do corpo percorre os pulmões em um minuto.
Dessa forma, as substâncias inaladas pelos pulmões espalham-se pelo organismo com uma velocidade quase igual à de substâncias introduzidas por uma injeção intravenosa.
A fumaça do charuto e cachimbo é absorvida pela mucosa oral. Dessa forma, não há a necessidade de tragá-la, pois da cavidade oral a nicotina atinge rapidamente o cérebro.
Charutos, cachimbo, fumo de rolo e rapé também fazem mal à saúde?
Todos esses derivados do tabaco, que podem ser usados nas formas de inalação (cigarro, charuto, cachimbo, cigarro de palha), aspiração (rapé) e mastigação (fumo-de-rolo), são nocivos à saúde.
No período de consumo destes produtos são introduzidas no organismo mais de 7.000 substâncias tóxicas, incluindo nicotina (responsável pela dependência química), monóxido de carbono (o mesmo gás venenoso que sai do escapamento de automóveis) e alcatrão, que é constituído por aproximadamente 70 substâncias pré-cancerígenas, como agrotóxicos e substâncias radioativas (que causam câncer).
Quais os derivados do tabaco mais agressivos à saúde e como agem?
A fumaça do cigarro possui uma fase gasosa e uma particulada.
A fase gasosa é composta por monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído e acroleína, entre outras substâncias. Algumas produzem irritação nos olhos, nariz, garganta e levam à paralisia dos movimentos dos cílios dos brônquios.
A fase particulada contém nicotina e alcatrão, que concentra 48 substâncias cancerígenas, entre elas arsênico, níquel, benzopireno, cádmio, chumbo, além de resíduos de agrotóxicos aplicados nos produtos agrícolas e substâncias radioativas.
Quais são as doenças causadas pelo uso do cigarro e outros produtos derivados de tabaco?
O tabagismo é uma doença (dependência de nicotina) que tem relação com aproximadamente 50 enfermidades, dentre elas vários tipos de câncer (pulmão, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero, leucemia), doenças do aparelho respiratório (enfisema pulmonar, bronquite crônica, asma, infecções respiratórias) e doenças cardiovasculares (angina, infarto agudo do miocárdio, hipertensão arterial, aneurismas, acidente vascular cerebral, tromboses).
Há ainda outras doenças relacionadas ao tabagismo: úlcera do aparelho digestivo; osteoporose; catarata; impotência sexual no homem; infertilidade na mulher; menopausa precoce e complicações na gravidez.
Estima-se que, no Brasil, a cada ano, cerca de 157 mil pessoas morram precocemente devido às doenças causadas pelo tabagismo.
Os fumantes adoecem com uma frequência duas vezes maior que os não fumantes. Têm menor resistência física, menos fôlego e pior desempenho nos esportes e na vida sexual do que os não fumantes.
Além disso, envelhecem mais rapidamente e ficam com os dentes amarelados, cabelos opacos, pele enrugada e impregnada pelo odor do fumo.
Por que as pessoas começam e continuam a fumar?
A maioria dos fumantes torna-se dependente da nicotina antes dos 19 anos de idade.
Há vários fatores que levam as pessoas a fumar, dentre eles a publicidade direta e indireta que é dirigida principalmente aos adolescentes, jovens e mulheres e fornece uma falsa imagem de que fumar está associado ao bom desempenho sexual e esportivo, ao sucesso, à beleza, à independência e à liberdade.
No Brasil, a publicidade de produtos de tabaco é proibida. No entanto, há várias estratégias da indústria do tabaco para atrair as pessoas para que passem a consumir seus produtos.
O fácil acesso à compra e o baixo preço dos cigarros, além da tentativa de serem aceitos por grupos de amigos fumantes, se espelharem em pais e ídolos fumantes, também podem corroborar para que o jovem passe a experimentar cigarros, tornando-se em um futuro próximo um dependente de nicotina.
Existem outras desvantagens em ser fumante?
Os fumantes adoecem com uma frequência duas vezes maior que os não fumantes. Têm menor resistência física, menos fôlego e pior desempenho nos esportes e na vida sexual do que os não fumantes.
Além disso envelhecem mais rapidamente e apresentam um aspecto físico menos atraente, pois ficam com os dentes amarelados, mau hálito, pele enrugada e impregnada pelo odor do fumo.
Quais são os riscos para a mulher grávida?
A mulher grávida que fuma, além de correr o risco de abortar, tem uma maior chance de ter filho de baixo peso, menor tamanho e com defeitos congênitos. Os filhos de fumantes adoecem duas vezes mais do que os filhos de não fumantes.
Quem fuma faz parte do grupo de risco para o coronavírus (COVID-19)?
O tabaco causa diferentes tipos de inflamação e prejudica os mecanismos de defesa do organismo. Por esses motivos, os fumantes têm maior risco de infecções por vírus, bactérias e fungos.
Os fumantes são acometidos com maior frequência por infecções como sinusites, traqueobronquites, pneumonias e tuberculose.
Além disso, o consumo do tabaco é a principal causa de câncer de pulmão e importante fator de risco para doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), entre outras doenças.
Pelo exposto, podemos dizer que o tabagismo é fator de risco para a Covid-19. Devido a um possível comprometimento da capacidade pulmonar, o fumante possui mais chances de desenvolver sintomas graves da doença.
Fumar aumenta o risco de contrair coronavírus?
O fumante, caso leve as mãos não higienizadas à boca para fumar, pode contrair o vírus. Tabagistas têm seu sistema respiratório prejudicado pelo fumo, e, portanto, se infectados pelo coronavírus, podem ter sua saúde ainda mais ameaçada.
E os não fumantes, como ficam nessa história?
Basta manter um cigarro aceso para poluir um ambiente com as substâncias tóxicas da fumaça do cigarro. As pessoas passam 80% do seu tempo em ambientes fechados.
Ao fim do dia, em um ambiente poluído, os não fumantes podem ter respirado o equivalente a 10 cigarros.
Fumar em ambientes fechados prejudica as pessoas com quem o fumante convive: filhos, cônjuge, amigos e colegas de trabalho.
Ao respirar a fumaça do cigarro, os não fumantes correm o risco de ter as mesmas doenças que o fumante.
O que é tabagismo passivo?
É a inalação da fumaça de derivados do tabaco por indivíduos não fumantes que convivem com fumantes em ambientes fechados.
A poluição decorrente da fumaça dos derivados do tabaco em ambientes fechados é denominada de Poluição Tabagística Ambiental (PTA) e, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é a maior responsável pela poluição em ambientes fechados.
Hoje estima-se que o tabagismo passivo seja a 3ª maior causa de morte evitável no mundo, subsequente ao tabagismo ativo e ao consumo excessivo de álcool.
Como o tabagismo passivo afeta a saúde?
Os não fumantes que respiram a fumaça do tabaco têm um risco maior de desenvolver doenças relacionadas ao tabagismo.
Quanto maior o tempo em que o não fumante fica exposto à poluição tabagística ambiental, maior a chance de adoecer.
As crianças, por terem uma frequência respiratória mais elevada, são mais atingidas, sofrendo consequências drásticas sobre a sua saúde, incluindo bronquite e pneumonia, desenvolvimento e exacerbação da asma e infecções do ouvido médio.
Quais são os riscos para as crianças que convivem com fumantes em ambientes fechados?
As crianças, especialmente as mais novas, são muito prejudicadas quando expostas à poluição tabagística ambiental, o que ocorre frequentemente por culpa dos pais.
Um estudo da OMS, envolvendo 700 milhões de crianças que vivem com fumantes em casa (cerca de metade das crianças do mundo), mostrou que essas crianças apresentaram um aumento de incidência de pneumonia, bronquite, exacerbação de asma, infecções do ouvido médio, além de uma maior probabilidade de desenvolvimento de doença cardiovascular na idade adulta.
Nos casos em que a mãe é fumante, estima-se uma chance maior (70%) para infecções respiratórias e de ouvido médio do que nos casos em que a mãe não é fumante.
Esta chance torna-se mais elevada (30%) se o pai é fumante, em crianças de até 1 ano de idade.
A chance aumenta mais ainda (50%) caso haja mais de dois fumantes em casa, convivendo com essas crianças. (WHO, World Tobacco Day”s,2001).
Como a Clínica Jequitibá pode ajudar?
A Clínica Jequitibá oferece a seus clientes a melhor e mais respeitada equipe de tratamento para dependentes do Brasil.
Nossos médicos, psiquiatras e funcionários treinados têm uma vasta experiência e conhecimento no campo de programas de tratamento e desintoxicação de drogas, entre elas o tabaco.
Cada um de nossos médicos na equipe é especializado em um campo diferente da psiquiatria e da neurologia, incluindo, entre outros, desintoxicação por abuso de substâncias, depressão e ansiedade, tratamento do transtorno bipolar, depressão e tratamento para diagnóstico duplo.
Existem muitas fases para a recuperação do vício. A fase de estabilização médica, também conhecida como processo de desintoxicação é talvez uma das mais importantes.
Durante a fase de desintoxicação de drogas no nosso centro de recuperação, os pacientes limpam seus corpos das toxinas produzidas pelo uso crônico de tabaco.
Esse processo pode ser emocional e psicologicamente exaustivo, e é por isso que é importante desintoxicar as drogas com a ajuda de profissionais treinados que podem orientar você ou seu familiar durante o processo.
Oferecemos um programa de desintoxicação sob supervisão médica para todas as substâncias viciantes. Com um programa monitorado de desintoxicação, os pacientes recebem atendimento profissional adequado, garantindo que os sintomas de abstinências perigosas sejam tratados adequadamente.
Fontes:
https://www.inca.gov.br/perguntas-frequentes/o-que-causa-dependencia-cigarro
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