O que é a Cocaína?
A palavra cocaína se refere à droga na forma de pó ou de cristal (crack). O pó é geralmente misturado com substâncias como amido de milho, pó de talco e/ou açúcar ou outras drogas do tipo procaína (um anestésico local) ou anfetaminas.
Extraída das folhas de coca, a cocaína foi originalmente desenvolvida como um analgésico. É mais frequentemente cheirada, sendo o pó absorvido pela circulação sanguínea através dos tecidos nasais. Ela também pode ser ingerida ou esfregada nas gengivas.
Os usuários a injetam para que a droga seja absorvida mais rapidamente pelo corpo, mas isto aumenta substancialmente o risco de overdose. Inalar como fumaça ou vapor acelera a absorção com menos riscos para a saúde do que uma injeção.
Um pó branco mortal
A cocaína é uma das drogas mais perigosas conhecidas pelo homem. Uma vez que a pessoa comece a usar cocaína é comprovado que é quase impossível se livrar dela física e mentalmente.
Fisicamente, estimula os receptores-chave (terminações nervosas que sentem as alterações no corpo) do cérebro que, por sua vez, cria uma euforia à qual os usuários rapidamente desenvolvem tolerância. Apenas o uso de doses mais elevadas e mais frequentes podem causar o mesmo efeito.
Hoje em dia, a cocaína é um empreendimento multibilionário mundial. Os usuários são de todas as idades, ocupações e níveis econômicos, até mesmo crianças tão novas quanto 8 anos de idade.
O uso da cocaína pode levar à morte por insuficiência respiratória, hemorragia cerebral (sangramento no cérebro) ou ataque cardíaco. Filhos de mães que são dependentes de cocaína já nascem sendo dependentes químicos. Muitos sofrem de defeitos congênitos e de muitos outros problemas.
Apesar dos perigos, o uso da cocaína continua a aumentar — provavelmente porque os usuários descobrem ser muito difícil escapar dos primeiros passos dados na estrada longa e sombria que leva ao vício.
Porque a Cocaína causa tanta dependência?
Depois da metanfetamina, a cocaína é a droga que cria a maior dependência psicológica de todas. Estimula centros chaves de prazer no cérebro e causa uma euforia extremamente elevada.
A tolerância à cocaína se desenvolve rapidamente — o usuário logo deixa de sentir o mesmo prazer de antes com a mesma quantidade de cocaína.
Combinação mortal de drogas
A cocaína é algumas vezes usada com outras drogas, incluindo: tranquilizantes, anfetaminas, maconha e heroína. Estas combinações aumentam imensamente o perigo de usar cocaína. Além da chance de desenvolver dependência das duas drogas, uma pessoa pode facilmente criar uma mistura de narcóticos fatal.
Quais são os efeitos da cocaína a curto prazo?
A cocaína causa uma euforia intensa e rápida, seguida imediatamente pelo oposto — depressão intensa, pressão alta e fissura por mais droga. As pessoas que a usam não comem nem dormem adequadamente. Elas podem experimentar taquicardia, espasmos musculares e convulsões. A droga pode fazer com que as pessoas se sintam paranoicas, furiosas, hostis e ansiosas — mesmo quando não estão no barato.
Independente do aumento da quantidade ou frequência do uso, a cocaína aumenta o risco de o usuário ter um ataque cardíaco, derrame cerebral, convulsões ou insuficiência respiratória, sendo que qualquer um destes pode resultar em morte súbita.
- Perda de apetite
- Aumento do ritmo cardíaco, da pressão sanguínea e da temperatura corporal
- Vasos sanguíneos contraídos
- Ritmo respiratório acelerado
- Pupilas dilatadas
- Distúrbios do sono
- Náusea
- Hiperestimulação
- Comportamento bizarro, errático e às vezes violento
- Alucinações, hiperexcitabilidade, irritabilidade
- Alucinações táteis que criam a ilusão de insetos rastejando por baixo da pele.
- Euforia intensa
- Ansiedade e paranoia
- Depressão
- Fissura pela droga
- Pânico e psicose
- Doses excessivas (mesmo que seja uma vez) podem conduzir a convulsões, ataques epilépticos e morte súbita
A cocaína causa danos ao coração, rins, cérebro e pulmões.
Quais são os efeitos da cocaína a longo prazo?
O termo “demônio da droga” foi criado muitos anos atrás para descrever os efeitos colaterais negativos do uso frequente da cocaína. Como a tolerância à droga aumenta, é necessário usar cada vez mais para conseguir o mesmo “barato”. O uso diário por longo tempo causa perda de sono e de apetite. Uma pessoa pode se tornar psicótica e experimentar alucinações.
Como a cocaína interfere na maneira como o cérebro processa os elementos químicos, uma pessoa precisa de cada vez mais da droga para se sentir “normal”. As pessoas que se tornam dependentes de cocaína (assim como na maioria das outras drogas) perdem o interesse pelas outras áreas da vida.
Reduzir a quantidade da droga causa uma depressão tão severa que a pessoa faz praticamente de tudo para conseguir a droga — até mesmo cometer assassinato.
E se não conseguir a cocaína, a depressão pode ficar tão intensa a ponto de levar o dependente químico a se matar.
- Danos permanentes nos vasos sanguíneos do coração e do cérebro
- Pressão alta, levando a ataques cardíacos, derrames cerebrais e à morte
- Danos no fígado, rins e pulmões
- Se for cheirada, ocorre a destruição dos tecidos nasais
- Se for fumada, causa insuficiência respiratória
- Causa doenças infecciosas e abcessos se for injetada
- Má nutrição, perda de peso
- Cáries profundas
- Alucinações auditivas e táteis
- Disfunções sexuais, danos ao sistema reprodutivo e infertilidade (tanto para o homem como para a mulher)
- Desorientação, apatia, exaustão e confusão
- Irritabilidade e transtornos do humor
- Aumento do comportamento de risco
- Delírio ou psicose
- Depressão severa
- Tolerância e dependência (mesmo depois de ter sido usado só uma vez)
Cocaína: uma breve história
O que começou como uma tradição religiosa nos Andes tornou-se um abuso em todo o mundo.
A coca é um dos estimulantes de origem natural mais antigos, potentes e perigosos. Três mil anos antes de Cristo, os Incas mascavam folhas de coca nos Andes para que seus corações batessem a toda velocidade e para acelerar sua respiração contra os efeitos de viver no ar rarefeito da montanha.
Os nativos peruanos só mascavam folhas de coca durante as cerimônias religiosas. Este tabu foi quebrado quando os soldados espanhóis invadiram o Peru em 1532. Índios forçados a trabalhar nas minas de prata espanholas eram supridos com folhas de coca, pois isto os deixava mais fáceis de controlar e explorar.
A cocaína foi sintetizada pela primeira vez em 1859 pelo químico alemão Albert Niemann. Somente a partir de 1880 é que começou a se tornar popular entre a comunidade médica.
O psicanalista Sigmund Freud, que usava a droga em si próprio, foi o primeiro a promover amplamente a cocaína como um tônico para curar a depressão e a impotência sexual.
Em 1884, publicou um artigo intitulado “Über Coca” (Sobre a Coca) que promovia os “benefícios” da cocaína, chamando-a de substância “mágica”.
Freud, contudo, não era um observador objetivo. Consumia cocaína regularmente, receitou-a à sua namorada e ao seu melhor amigo e recomendou-a para uso geral.
Embora notasse que a cocaína conduzia à “decadência física e moral”, Freud continuou promovendo a cocaína aos seus amigos íntimos, um dos quais acabou por sofrer de alucinações paranoicas de “cobras brancas rastejando pela sua pele”.
Freud também acreditava que: “Para os humanos a dose tóxica de cocaína é muito elevada, e parece não haver uma dose letal”. Ao contrário da sua crença, um dos pacientes de Freud morreu de uma elevada dosagem que ele receitou.
Em 1886, a droga conseguiu sua maior popularidade quando John Pemberton incluiu folhas de coca como ingrediente do seu novo refrigerante, a Coca-Cola. Os efeitos energizantes e eufóricos que o consumidor sentia ajudaram a aumentar vertiginosamente a popularidade da Coca-Cola na virada do século.
De 1850 até os primeiros anos de 1900, elixires (poções mágicas e medicinais), tônicos e vinhos de cocaína e ópio foram amplamente usados por pessoas de todas as classes sociais. Celebridades que promoveram os efeitos “milagrosos” dos tônicos e elixires de cocaína incluem o inventor Thomas Edison e a atriz Sarah Bernhardt. A droga tornou-se popular na indústria do cinema mudo e as mensagens que saíam de Hollywood a favor da cocaína naquele tempo influenciavam milhões.
O uso de cocaína na sociedade aumentou e os perigos da droga tornaram-se gradualmente mais evidentes. Por pressão popular, em 1903, a Coca-Cola foi forçada a retirar a cocaína do refrigerante.
Em 1905, cheirar cocaína tornou-se popular e nos cinco anos seguintes, os hospitais e a literatura médica começaram a registrar casos de danos nasais devidos ao uso desta droga.
Em 1912, o governo dos Estados Unidos registrou 5.000 mortes relacionadas com a cocaína em um ano e a droga foi oficialmente banida em 1922.
Na década de 1970, a cocaína emergiu como a nova droga da moda para artistas e homens de negócios. A cocaína parecia a companhia perfeita para uma viagem empolgante. A cocaína “dava energia” e ajudava as pessoas a permanecerem em “alto astral”.
Entre 1970 e 1980, o percentual de estudantes que experimentaram cocaína em algumas universidades americanas aumentou dez vezes.
No final da década de 1970, traficantes de droga colombianos começaram a organizar uma rede elaborada de contrabando de cocaína para os EUA.
Tradicionalmente, por ser um hábito muito caro, a cocaína era uma droga para ricos. No final da década de 1980, a cocaína não era mais tida como a opção de droga dos endinheirados. Na época conquistou a reputação de ser a droga mais perigosa e que causava mais dependência da América, ligada a pobreza, crime e morte.
No início da década de 1990, os cartéis de droga colombianos produziam e exportavam de 500 a 800 toneladas de cocaína por ano, enviando não somente para os EUA, mas também para a Europa e Ásia. Em meados de 1990, os grandes cartéis foram desmantelados pelas autoridades, mas foram substituídos por grupos menores — com mais de 300 organizações de contrabando de droga hoje conhecidas e ativas na Colômbia.
Desde 2008, a cocaína tornou-se a segunda droga ilícita mais contrabandeada no mundo.
Como a Clínica Jequitibá pode ajudar
Quase todos os programas de tratamento com drogas começam com desintoxicação. Aqueles com vícios graves podem precisar passar por desintoxicação medicamente assistida, um processo no qual profissionais clínicos administram medicamentos para controlar os sintomas de abstinência.
Uma vez concluída a desintoxicação, muitos programas de tratamento com medicamentos progridem para terapia comportamental. Existem muitos tipos diferentes de terapia comportamental, mas os mais comuns são o aconselhamento individual ou em grupo e a terapia cognitivo-comportamental.
Grupos de apoio costumam fazer parte dos cuidados. Esses grupos garantem promovem a cura emocional por meio de experiências e histórias compartilhadas.
Desintoxicação é apenas o começo
É importante que os dependentes químicos e suas famílias se lembrem de que a desintoxicação, embora essencial, é apenas o primeiro passo em um plano de tratamento eficaz.
De fato, aqueles que não iniciam um programa de tratamento após a desintoxicação raramente conseguem superar o vício.
No entanto, com a ajuda certa e um tratamento holístico e individualizado, há esperança. Entre em contato com a Clínica Jequitibá e explore nossos programas.
Fonte: https://www.mundosemdrogas.org.br/drugfacts/cocaine/effects-of-cocaine.html
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